Friday, August 10, 2018

Fragmento 411

Que cara é essa, parece que viste um fantasma, Pior, um demónio, Impossível, demónios não existem, Enganas-te, olha à tua volta, somos todos demónios, Demónios figurativos existem mas não reais, foi um demónio figurativo que viste, Este parecia real, os seus olhos eram fogo e os dentes penetravam os lábios, Vi-o uma vez também, há uns tempos atrás, Então acreditas nele, Se acredito, foi a visão mais assustadora da minha vida, o seu cabelo eram cobras finas como fios de esparguete que se moviam de forma viscosa e o hálito que saía da sua boca entreaberta deu-me tal repugnância que tive cólicas durante dois meses, Não terás comido algo que te fez mal, Não metam a minha dieta ao barulho seus indecentes, E tu, também o viste, Eu não, mas por vezes ouço ruidos aterradores, estará relacionado, Só pode estar, afinal de contas que tipo de criatura pode fazer ruídos aterradores senão um demónio com dentes de besta, olhos flamejantes, cabelos serpentinos e hálito de fel. reiji sorriu e guiou-os para a modesta cabana onde o Mestre Roang costumava meditar. Quando entraram silenciosamente, viram o fogo que substituia os seus olhos cegos, o viperino penteado no lugar da sua careca, bem como as dentuças demoníacas como as de um javali de onde um cheiro insuportável pingava. Assim que reiji chamou o seu nome docemente, a máscara e a cabeleira caíram mostrando a face paciente, benévola e sempre pacífica do Mestre, os olhos sorriam brancos. Quem me perturba do meu precioso sono, gentilmente se junte a mim para uma taça de chá...

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