Tuesday, May 29, 2018

Fragmento 89

O reiji já chegou, Não, Onde está ele, Deve estar ainda a dormir, Queres que o chame, Não, ele é novo demais para estas coisas, Olha, chegou, Pois bem, vamos dar por aberta à sessão mensal de debate, hoje voltaremos ao tema de que forma podemos fazer deste mundo um lugar melhor, Essa pergunta nunca terá resposta, Isso em si é uma resposta, Não é uma resposta, é uma conclusão, Mas serve de resposta, Não, Mais ideias, opiniões, O mundo é feio deixem-no arder, Cala-te Rochefort, Não me calo, Deixa ouvir o Mestre Roang, Não é preciso fazer nada, o mundo é belo, deixem os caminhos naturais levar o seu curso, Ninguém tem ideias, portanto. reiji levantou-se. Podemos pedir às pessoas que pisquem os olhos ao contrário, isto é, que andem de olhos fechados e os abram apenas por breves instantes de poucos em poucos segundos, Mas dessa forma não veremos mais do que fotografias, Verdade, um mundo a um quarto de frame por segundo é o que sugiro, Absolutamente impraticável, Com o tempo até pode ser menos, com prática abriremos os olhos só duas ou três vezes por minuto, usaremos menos a visão e mais os outros sentidos e o instinto também, Queres fazer da vida um jogo da memória, então, Eu gosto de jogos, mas não, sabem que noventa por cento da informação no nosso cérebro vem da visão, É, de facto, correcto, A ideia seria reduzi-la até usarmos todos os sentidos por igual, Isso é diminuir as vantagens que temos, é pôr-nos em desvantagem, absolutamente impraticável, Tendo a concordar, como vamos educar as pessoas a tal feito, afinal de contas piscar os olhos é um impulso biológico inato, Também o é sorrir quando se está feliz e chorar quando se está triste, ou assim eu o pensava...

Wednesday, May 9, 2018

Fragmento 499

Convicção, E este, Elegância, A seguir, Lucidez, Ao lado, Integridade, autenticidade talvez, ou rectidão, Falta um, Empatia, Agora carrega no botão, Complacência, putridão, mania, decadência, apatia, Não chegaste a carregar no botão reiji, como podes ver coisas diferentes, Volta atrás, Atrás aonde, já disse que não mudaste nada, Há algo que mudou, Garanto-te que nada, Um brilho. Rochefort contemplou atentamente a imagem. O que há aqui, O reiji está avariado, vê brilhos que não existem, Ou falta de brilhos que existem, As faltas não se vêem, vê-se o buraco onde elas não estão, Mas sentem-se sinestesicamente, como uma comichão na perna que se coça no pé, De onde tiraste essa ideia, De um poema que li, Tu e os teus poemas, afinal o que estão a fazer, Um teste de empatia através da análise de diversas expressões faciais que surgem no ecrã, Rochefort, é um espelho...